30 janeiro 2008

Janela do Avião

Ele olhava pela janela do avião. Lembrava apenas das pessoas que lhe ofereceram tantos bons momentos, tantos sorrisos e risadas, tantas noites gastas com aquelas pessoas, tantos os filmes e jogos assistidos com eles.
Às vezes pensava em pegar um pára-quedas e pular de volta para a cidade de suas lembranças, de seus amigos e amores. Tudo o que queria era voltar para a vida que abandonara, para aqueles tempos que um sorriso resolvia qualquer discussão, uma época que apesar de tão perto, parecia tão longe, tão distante de seus olhos, quanto as casas e os carros, que eram apenas pontos distantes de seus olhos, vistos pelos olhos do rapaz através da janela.
Sentia como se faltasse uma pedaço de seu coração, que ficara com cada uma daquelas pessoas que ele tanto amava e que tanto queria bem.
Lembrou-se das noitadas nos bares com os amigos, dos jogos de vôlei com o pai, dos momentos inesquecíveis junto daquela pessoa incrível que ele tanto gostava e que tanto lhe faria falta naquele lugar estranho e distante, onde seria sua nova vida, onde tentaria crescer mais, mas, naquele instante, parecia ser impossível crescer.
O sentimento de impossibilidade de evolução aumentava a cada metro mais distante da tão amada cidade, das pessoas que lhe roubaram o afeto e que o deixaram seguir sozinho, sobre os próprios pés.
E lembrou-se da menina que deixou para trás, só sentiu um vazio, recordando os beijos e abraços, os olhares e palavras trocados, e a saudade dela. Finalmente, como se seu coração desse um grito de socorro com tantas emoções relembradas, uma lágrima rolou sobre seu rosto liso e com poucas marcas de espinhas juvenis, representando a felicidade e tristeza. Felicidade da oportunidade de viver tudo aquilo ao lado daquelas incríveis pessoas, principalmente dela. Tristeza por deixar tudo aquilo para trás. E, com medo, seguiu enfrente, porém sem esquecer aquelas importantes pessoas, principalmente aquela importante menina, que, hoje, lhe faz tanta falta.
Escrito por Felipe T. de Avelar (30/01/2008)

1 Comentários:

Blogger Unknown disse...

Quase choro..
Conheco o sentimento, o aperto no peito!

Volta? ;@@

5:22 PM  

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