27 maio 2007

Amor Inocente

Assistia eu o telejornal, ouvia mais uma vez as notícias de corrupção que assolam o país, enquanto tomava um vinho. Sabia eu que logo desligaria a tevê, quando começasse aquela vulgaridade explícita proibida para menores de 12 anos. Deitaria em minha cama com meu travesseiro de penas e teria o melhor de todos os sonhos junto a ti.

Caminhávamos em uma praia deserta de mãos dadas, jogávamos conversa fora e ríamos como se fossemos crianças. Inocentemente minha mão começara a circuncidar sua cintura e, você colocava os braços acima de meu pescoço, deixando muito próximo ao teu rosto, ali estava o primeiro momento que eu sempre esperara, podia ser apenas uma peça que a minha imaginação pregava em mim, porém era o momento mais feliz de minha vida em anos.

Suava frio, quanto mais me aproximava de teus carnudos lábios rosados, mais rápido meu coração batia. "Eu te amo", dissemos um ao outro, com os olhos brilhando e, por um breve segundo, nossos lábios se tocaram.

Tornamo-nos uma pessoa só, por um breve segundo, pude sentir teu coração junto ao meu, que batia em uma única melodia, a melodia mais bela de todas; poderia não ser a mais calorosa, no entanto era a mais bela de todas. A melodia do amor, que durara apenas um breve segundo.

No instante seguinte, afastamo-nos, meio avermelhados, e continuamos nossa longa caminhada pela praia. Não queria que meu sonho acabasse, mas quando acordei, ao meu lado, encontrava-se a mais bela criatura deste planeta.

Você dormia calmamente e, por um movimento brusco de felicidade, acabei interrompendo seu sono. Ao acordar tudo que me disse foi, "está tudo bem agora.", e assim, juntamo-nos na tão sonhada melodia, que invadia nossos corações e invejava a quem visse tão belo sentimento, aflorado em dois jovens que se uniam tão inocentemente.

->Escrito por Felipe T. de Avelar (26/05/2007)