06 abril 2007

Uma Lágrima

Tudo começou com uma lágrima. Naquela noite fria e sem aconchego, encontrava-me sozinho, entregue ao vento silencioso e agradável que completa aquele céu escuro, que era iluminado por aquelas estrelas tão distantes. Eu olhava para aquela beleza natural, de uma forma melancólica, até que uma mão amiga tocou meu ombro. Vi naquela jovem moça uma aura de amizade, contei a ela os meus problemas e incertezas, escutou tudo atentamente. Depois de algum tempo, aquela tristeza que me perturbava sumiu, começamos uma conversa agradável sobre o que tinha acontecido com a gente antes de chegarmos aquele lugar, que agora não parecia mais tão escuro e deprimido, como antes o havia pintado, agora ele se enchera de luzes e parecia raiar esperança.
Continuamos algumas curtas horas naquele assunto, fomos para um lugar mais vazio, conversamos um pouco mais, percebi o quanto estava atraído por aquela garota, seu sorriso singular, seu olhar vivo e alegre, cativara-me em pouco tempo, conversávamos agora sobre nossas pretensões para o futuro, então nossos olhos se cruzaram, uma sincronia perfeita, sorri com um sorriso sincero, ela respondeu prontamente ao meu gesto, fechou os olhos e sob a luz da lua cheia, beijamo-nos, não pensava mais no dia de amanhã, nem no que acontecera ontem, aproveitava aquele minuto como se fosse o último, o único, parecíamos ser as duas últimas pessoas do mundo e eu apenas queria que aquele segundo durasse mais do que qualquer outro.
Enfim o tempo passou, fui para casa, um pouco triste pelo termino de tão prazerosos momentos, estava agora com o maior dos sorrisos, meus olhos brilhavam de felicidade. E a vida continuou, mais beijos vieram, mais abraços, problemas e superações junto a eles, brigas e reconciliações. Mas nem tudo que é bom dura para sempre, sempre hão de chegar os problemas maiores e de não haver como superá-los. Afastamos-nos, talvez fosse o melhor a fazer para não nos magoarmos, mais do que já havíamos feito. Continuamos a nos vez e a amizade a aumentar.
Entretanto, sempre que dela me lembrava, escorria uma lágrima de meu olho, e numa noite semelhante a do começo dessa história, peguei-me a pensar nela, então escorreu mais uma lágrima e uma mão amiga veio me socorrer, esta mão veio tocar meu ombro, e mais uma bela história começava aí.

-> Escrito por Felipe T. de Avelar (06/04/2007)